A capacidade reprodutiva de touros é avaliada pelo exame andrológico, o qual estabelece uma relação entre as condições físicas do animal, com uma avaliação do aparelho reprodutor e sua biometria bem como as características do ejaculado com as medições da concentração, motilidade e morfologia da população de espermatozóides, e testes funcionais, que permitem identificar a funcionalidade dos testículos para produção qualitativa de sêmen.
A seleção de reprodutores é fundamental para o melhoramento genético dos rebanhos bovinos. A utilização do exame andrológico é uma importante ferramenta para afastar animais que além de problemas reprodutivos possam transmitir características indesejáveis aos seus descendentes. O desenvolvimento andrológico dos animais pode ser acompanhado desde o nascimento ou logo após o mesmo, até a maturidade do animal através da realização de exames rotineiros.
Problemas do desenvolvimento dos testículos podem ser precocemente detectados em exames de animais jovens. O criptorquidismo em bovinos pode ser facilmente diagnosticado aos três meses de idade. A aplasia segmentar do epidídimo é outra patologia que pode também ser detectada nestes primeiros exames. Permitindo afastar da reprodução animais potencialmente subferteis ou inférteis, descartando os seus portadores.
A mensuração da Circunferência Escrotal (CE) e a biometria testicular devem ser iniciadas com o animal bem jovem também, pois está fortemente correlacionada com a idade do animal e com a produção de andrógenos e a qualidade do ejaculado fornecendo informaçõ de alta relevância na seleção de reprodutores.
A fertilidade do touro é uma das mais importantes características do rebanho de corte, principalmente em se tratando de criações extensivas em que a reprodução constitui fator limitante à produção. Portanto é de fundamental importância que ao início de cada estação reprodutiva os touros estejam aptos para a reprodução e tenham real capacidade de cobrir e emprenhar as vacas expostas. O exame andrológico deve ser realizado anualmente o mais próximo possível do início do período reprodutivo, mas com tempo suficiente para que seja possível a reposição dos reprodutores que eventualmente sejam reprovados no exame.
O exame andrológico pode mostrar animais com patologias na bolsa escrotal, nos testículos, nos epidídimos, nos cordões espermáticos, no prepúcio, no pênis bem como nas glândulas anexas, permitindo o tratamento ou descarte dos animais irrecuperáveis com sua substituição por animais com capacidade andrológica comprovada, não comprometendo os resultados das estações reprodutivas.
Ferramenta importante na execução do exame andrológico a ultrasonografia é um importante instrumento para o diagnóstico identificando e localizando lesões intraescrotais como cistos e diferenciado se as lesões são testiculares ou para-testiculares. É um exame realizado com o mínimo de desconforto para os animais e promove informação de alta sensibilidade e com baixa ocorrência de falso positivos.
Para terminar o exame andrológico uma completa avaliação do ejaculado precisa ser realizada. O vigor, o turbilhonamento e o motilidade espermática progressiva, são avaliados com o sêmen vivo no local de realização do exame e seus resultados são em escores de 1 a 5 para os primeiros e em percentual para a motilidade progressiva. A morfologia espermática pode ser realizada com a utilização de microscopia de contraste de fase com uma câmera úmida ou esfregaço corado. Por fim a concentração de espermatozóides no ejaculado é calculada.
Com todos os dados coletados faz-se a correlação dos achados classificando os animais em aptos ou inaptos para a reprodução respeitando-se características individuais e de grupo racial. Com a utilização da ferramenta do exame andrológico adquire-se uma maior segurança para a utilização dos touros em cada estação reprodutiva e na seleção dos reprodutores para a substituição.
Na condução de estações reprodutivas que utilizam touros, seja totalmente ou integrados a programas de inseminação artificial, o exame andrológico aparece como ferramenta indispensável para o alcance dos resultados finais, visto que diminui os riscos de insucessos, pois se passa trabalhar apenas com os animais considerados aptos para a reprodução, tratando dos que eventualmente apresentem algum problema temporário ou substituindo aqueles que não atinjam os parâmetros considerados mínimos para um bom desempenho.
A adoção de exames andrológicos ou parte dele de forma precoce é uma forma de detectar o mais rápido possível problemas que os futuros reprodutores possam ter principalmente problemas transmissíveis e que levem a subfertilidade como criptorquidimos. Serve também como mecanismo de seleção genética, pois detectaria precocidade sexual, podendo-se utilizar esta informação visando transmitir esta característica útil ao rebanho. Sendo, portanto de boa prática na seleção dos reprodutores evitando-se custos desnecessários com animais de potencial inferior direcionando os recursos apenas para os animais superiores.
2 comentários:
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É útil o seu blog. Parabéns.
Vou segui-lo, mas ficaria hon-
rado se você seguisse o meu.
silvioafonso
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Oi, adorei seu blogue. Estou te seguindo, gostaria de seguir o meu também? http://www.abrangegeral.com.br/
agradeço de coração, grande abraço!!
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